quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Os anos 50

Estou na quinta década da vida. Meio século e contando... Bodas de ouro comigo mesma.

Já passei a juventude, já não sou mais jovem. Também nem sou de meia idade porque 50 é metade de 100. E quase ninguém vive até 100 anos. Meia idade é bom pra quem tem 35, 40. É... já passei disso também.

Tampouco posso dizer que sou idosa. Ainda não. Não posso usufruir de filas preferenciais, assentos preferenciais.
Ainda não posso mandar qualquer um pra putaquipariu e ser considerada inimputável.
Não me é permitido aquela sinceridade rascante que só os velhos tem e que soa tão natural e até "fofo". Não... ainda vai soar como grosseria.

Quando escuto jovens falando de idade avançada para o mercado de trabalho por exemplo, eles falam de pessoas com mais de 40. Quando falam de idosos se referem a quem tem mais de 60. Mas e os anos 50??? O que é esse limbo que eu estou vivendo? Onde eu me encaixo? Quem sou eu?

Cheguei à conclusão que os anos 50 são uma segunda adolescência. Uma adolescência que nos prepara para a terceira idade. Assim como a primeira adolescência nos prepara para a idade adulta.

A adolescência é feita de transformações. A maior parte delas não são agradáveis. Há uma mudança no corpo e no metabolismo. É preciso aprender a conviver com o novo corpo que nos apresenta, com os vários quilos a mais e com o metabolismo mais lento. A lei da gravidade é implacável. Tudo cai, tudo aponta pra baixo. Rugas, linhas de expressão, a papada, bunda, peito... e a barriga??? Oh meu Deus eu nunca tive uma barriga assim!!! Bolsa debaixo dos olhos, cara de bulldog. Olhar-se no espelho e não se reconhecer, porque até pouco tempo eu tinha 40 anos. Ok. Mas reconhecia a minha cara e o meu corpo no espelho.

Assim como eu tive que lidar na minha primeira adolescência com transformações como aumento de peso, espinhas, pelos que nascem em lugares nunca dantes imaginados. Na segunda adolescência os pelos do corpo diminuem, os da cabeça também. Em compensação os pelos da face... Sempre tive buço. Herança de algum ancestral português talvez. Agora tenho buço e cavanhaque. E da-lhe cera quente de 15 em 15 dias.

Na primeira adolescência eu enfrentei a menstruação com tudo que ela traz consigo. Ainda posso dizer que fui privilegiada por não ter cólicas.

Na segunda adolescência enfrento a menopausa com tudo que ela traz consigo. E dessa vez não fui poupada de nada...

Assim como na primeira adolescência, os anos 50 trazem consigo as limitações. Pressão alta, colesterol, triglicerídeos, câncer, diabetes, ácido úrico, problemas hepáticos.... Desses todos poucos são os que eu não tive ou tenho. O complexo de highlander começa a se desfazer. A gente se dá conta da nossa própria mortalidade, coisa que antes nem nos preocupava. Assim como a criança que se joga confiante porque não tem noção do perigo e porque sabe que terá sempre alguém para segura-la.

Todo adolescente é rebelde, revoltado, chato, odeia convenções e quer ser livre para fazer o que lhe der na telha. A segunda adolescência traz um questionamento. Já ralei muito no trabalho, em casa, já criei filho. Quando é que vai chegar aquela hora de curtir a vida adoidado? Quando eu já estiver no bagaço? Nãããooo!!!!! Eu quero agora, eu quero já!!! Adolescente vive como se não houvesse amanhã. Isso é coisa para adultos responsáveis.

Adolescentes também dão muito valor a seus amigos. Muito mais do que a pai, mãe, marido, filho... Na minha segunda adolescência eu sinto muita falta das minhas amigas. Quero estar com elas, falar muito, contar coisas inconfessáveis, rir bastante, chorar um pouco, passar horas no telefone, no chat, no whatsapp, mas acima de tudo pessoalmente. Bater perna, fazer programas só para meninas. Amigas são fundamentais, vitais como o ar que respiramos. Como disse uma grande e sábia amiga: a mulher pode viver sem marido e sem filhos e levar a vida numa boa. Mas viver sem amigas é uma desgraça!

Adolescente é egoísta, além de imediatista. A segunda adolescência também traz junto o egoísmo. A vontade de olhar para dentro de nós e satisfazer nossos desejos não importa como. Mesmo passando por cima dos desejos de outros, das obrigações, das responsabilidades.

E como todo o adolescente inconsequente, eu quero viver essa fase plenamente. Talvez tenha que ferir alguns sentimentos. Muitos não irão entender, vão cobrar. E adolescente odeia cobranças. Mas eu quero me dar essa chance, que pode ser a última.

Antes de chegar na zona de conforto da terceira idade, onde posso falar o que quero e ser chamada de "sábia", onde posso me dar ao luxo da flatulência, da incontinência e dos lapsos de memória.








segunda-feira, 27 de maio de 2013

Saudades de mim


Desde ontem essa sensação de nostalgia me acompanha. Começou quando eu escutei, depois de muito tempo a canção As aparências enganam, na voz de Elis Regina.
Me deu saudades de mim. De alguém que eu não sou mais. saudades do meu amigo Fabio e do apartamento na Rua João Lyra, para onde eu fugia sempre que podia e passava tarde inteiras ou ,madrugadas conversando e escutando música.
 Às vezes a gente jogava algum jogo de baralho, às vezes fumávamos maconha e depois assaltávamos a geladeira. Mas o que a gente mais fazia era falar, falar e falar. sobre tudo, sobre todos, ao som dos LPs que ele tinha. 
Tinha Elis Regina, Clube da Esquina, Trio los Panchos, Ella Fitzgerald, Elton John, últimos lançamentos de MPB ou de artistas estrangeiros e mais uma diversidade musical enorme.
A conversa fluía como as águas de um rio. Não sentíamos o tempo passar. Sempre tínhamos assunto.
Algumas vezes o Fabio estudava astrologia e eu aprendia só observando e dando meus pitacos. Ele confiava na minha intuição.
Uma vez jogamos I Ching. Perguntamos se teríamos uma vida longa. Para mim a resposta foi sim. Para ele um alerta para moderar os excessos. Coincidência ou não foram justamente os excessos que o levaram à morte anos depois.
Saudades daquele tempo, do Fabio, da pessoa que eu era, da juventude. 
O apartamento não existe mais. O Fabio não existe mais. Eu continuo por aqui, mas sou outra pessoa.
Quantos sonhos, quanto tempo nós tínhamos! 
Agora não tenho mais o tempo que passou. Mas tenho meu próprio tempo. Já dizia Renato Russo, que por acaso o Fabio conhecia e não gostava. Talvez porque fossem parecidos. 


sexta-feira, 8 de março de 2013

Medos, manias e outras sandices


Não tenho mania de limpeza, nem compulsões.
 Não sou a pessoa mais organizada do mundo, mas me acho no meio da minha bagunça.
Não deixo para amanhã o que posso fazer depois de amanhã.
Tenho mania de pontualidade. Procuro chegar sempre antes da hora. Em eventos sociais, sigo o costume carioca de chegar pelo menos com meia hora de atraso. O pior é que muitas vezes sou a primeira a chegar mesmo assim.
Em consultas médicas, salão de beleza, etc., chego sempre um pouco antes da hora. E fico pau da vida porque na maioria das vezes tenho que esperar muito além da hora marcada!
A primeira coisa que faço ao chegar em casa é tirar os sapatos e calçar meu chinelo Havaianas. Não consigo ficar calçada dentro de casa.
Em seguida tiro relógio, brincos, anéis e outros acessórios. Só fico com a aliança.
Tenho minhas “roupas de ficar em casa” que são trocadas assim que chego.
Não durmo com as portas do guarda roupa abertas e verifico se os sapatos não estão virados com a sola para cima. Superstições que herdei da minha bisavó.
Detesto cama por fazer. O quarto pode estar uma bagunça, mas a cama tem que estar arrumada. Não misturo jogos de roupas de cama. Tem que ser tudo “combinandinho”.
Tenho pavor de baratas, daquelas cascudas. É um medo paralisante. Creio que elas sabem disso, pois sempre aparecem para mim em primeiro lugar. Elas já caíram no meu prato e no meu copo em ocasiões diferentes, em restaurantes. A que caiu no meu copo era pequena, do tipo “francesinha”. Deu nojo mas me segurei. A que caiu no meu prato era das cascudas. Aí foi um escândalo!
Gosto de lagartixas, são simpáticas. Já batizei duas que viviam lá em casa: Josefina e Filomena.
Quando era criança tinha medo de ficar presa no elevador, mas com o passar do tempo melhorou. Hoje só tenho um certo receio.
Converso com meus eletrodomésticos quando eles resolvem não funcionar direito. A máquina de lavar na maioria das vezes me ouve e volta ao normal.  O computador também.
De perto ninguém é normal. Nem de longe.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Inimiga íntima


Sites de relacionamento são excelentes ferramentas para saber o paradeiro de pessoas que um dia fizeram parte de nossas vidas, mas a mesma se encarregou de separar.
Graças a esses sites reencontrei amigos de adolescência, colegas de escola e de trabalho. Alguns reencontros passaram do virtual para o real. Outros continuaram virtuais pela distância ou outro motivo. Mas valeram a pena mesmo assim.
Um belo dia eu estava de bobeira em casa e o diabinho do ócio sussurrou ao meu ouvido uma idéia: Por que não procurar aquela sua ex-amiga de adolescência que se tornou sua inimiga?
E não é que eu a encontrei no Facebook? Numa única foto constatei que ela está gorda, velha e com a cara igual à da mãe dela… (risadas satânicas)
Bom, provavelmente ela acharia a mesma coisa de mim se me visse hoje.
Conheci-a quando eu tinha uns catorze anos. Estudávamos juntas na Cultura Inglesa.
A família de O. (prefiro não revelar o nome) era meio esquisita. Na sua casa não tinha televisão. Não porque não tivessem condições, mas os pais achavam que a televisão alienava e coisas do gênero. Entretanto O. vivia enfiada na casa das amigas (na minha inclusive) para assistir a todo lixo televisivo alienante a que não tinha direito em sua própria casa.
O pai era jornalista, a mãe parecia uma agente carcerária. O. era filha única e morria de medo da mãe, apesar de não dar o braço a torcer.  A família gostava de passar uma imagem de intelectuais que não davam valor a bens de consumo. Meio fábula da raposa e as uvas.
Ela tocava piano. Eu tocava violão. Tanto eu quanto ela estudávamos em colégios de freira, diferentes um do outro.
A amizade começou com uma disputa saudável na Cultura Inglesa. Devo dizer em favor de O. que ela me ajudou a me interessar de verdade pela lingua inglesa, além dos Beatles.
Ela era CDF, eu não queria nem saber. E mesmo assim minhas notas eram sempre meio ponto acima das dela. Isso a deixava irada! rsrs
A gente ia ao cinema, à praia, conversávamos bastante. Como todo adolescente eu era muito insegura, acho até que mais insegura do que a média. Me achava feia e gorda. Achava que nunca teria um namorado e todas aquelas coisas que a gente acha quando é adolescente.
No início eu não percebia que sempre que tinha oportunidade, O. fazia um comentário depreciativo a meu respeito. Alguns muito en passant, outros mais contundentes.
Não percebia a maldade das coisas que ela falava, pois além de ser feia e gorda eu também era ingênua de doer! E como qualquer adolescente, dava muita importância a tudo que meus amigos falavam. Então se minha grande amiga dizia que era assim, é porque ela tinha razão! Eu realmente era feia, gorda, inexpressiva e medíocre.
O que eu custei algum tempo para perceber é que O. tinha inveja de mim. Inveja por eu tirar nota maior do que a dela mesmo sem estudar. Inveja porque minha família tinha um pouco mais de posses do que a dela e não posava de intelectual, e graças a isso eu podia comprar os discos de rock, pop e trilhas sonoras de novela que eu queria. Na casa dela só se podia escutar música clássica. Outro tipo de musica só quando a mãe dela não estava.  Inveja do fato de eu ter liberdade de pedir dinheiro para lanchar no Gordon (que saudades do Gordon!), e o máximo que eu ouviria era “NÃO”, sem ser obrigada a ouvir sermão da carcereira-mãe sobre a alienação provocada pela sociedade de consumo.
Foram anos achando que ela estava certa e eu realmente era um cú. Ela fazia o estilo morde-assopra. Por isso minha ficha custou a cair. Era ardilosa ao ponto de me desmerecer na frente dos meus outros amigos, como na vez em que ela falou que eu não tocava bem violão. Quem tocava bem era Marcia,  pois tinha o toque mais suave. Marcia era minha amiga e também estudava violão. E O., sempre que podia a enaltecia para me diminuir. Só que na época, com a auto-estima no pé, eu não percebia o jogo dela.
Aos poucos a amizade foi murchando e as patadas aumentando. Ela já não se dava ao trabalho de ser sutil, dizia as coisas na lata mesmo. Quando arrumou um namorado começou a me ignorar de todo, afinal agora ela era importante por ter um namorado e eu não.
Quando meus pais se separaram para ela foi a glória! O. saiu espalhando para todo mundo as confidências que eu lhe fazia por considera-la grande amiga. Distorcia informações, inventava outras.
Foi aí que eu virei  jogo. Soube das fofocas que ela fazia através de amigas dela que ficaram indignadas e vieram me contar.
Liguei para a casa dela e descasquei. Disse em poucas palavras para ela não me procurar mais. E ela não procurou.
Alguns amigos para me vingar fizeram uma espécie de bullying com ela. rsrs Nada muito grave. Inscreviam o nome dela para receber os mais diferentes produtos. Cintas emagrecedoras, livros de auto-ajuda, cursos diversos. Também escreviam em seu nome para revistas ou pessoas que “procuravam um relacionamento sério”. rsrs  Isso foi na era pré-internet. Se fosse hoje o estrago seria bem  maior!
Fiquei muito tempo sem ter notícias dela. Há alguns anos eu soube através de conhecidos comuns que ela se casou, teve muitos filhos, se separou e voltou a morar com a mãe. Não sei se hoje elas possuem televisão, nem quero saber.
Esse post foi uma catarse. Botei para fora sentimentos há muitos enterrados em mim. Revivi emoções há muito esquecidas.
A vida acaba nos ensinando que as pessoas passam, e os verdadeiros amigos ficam.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Da série: Eu confesso

Meu primeiro sonho foi ser escritora e morar em Londres. Sempre gostei de escrever. Hoje escrevo um blog. Mas há mais de seis anos que eu não vou a Londres. Sinto falta de lá. Em vidas passadas eu devo ter vivido lá, como nobre. Se fosse uma pobretona eu acho que não me identificaria tanto com aquela terra.

Aos quinze anos comecei a aprender violão. Eu e minha amiga Marcia. Tive aulas durante uns dois anos. Pensamos em formar uma banda, compusemos algumas músicas e ficávamos nos achando! Mas não vingou.

 Pensei em seguir carreira de violonista. Cheguei a começar a me preparar para prestar exame no Conservatório. Além da teoria tinha que executar um prelúdio de Villa Lobos. Dos seis prelúdios, escolhi o número dois por ser o mais palatável. Sinceramente? Acho Villa Lobos um chato de galochas! Suas composições são chatas, desarmônicas e propositalmente complicadas! Talvez a única que se salve é o Trenzinho Caipira e olhe lá! Não entendo essa veneração toda com ele! #Prontofalei!

Mas minha carreira de musicista durou pouco. Nunca fui boa em ler partitura, e o tal prelúdio era bem complicado. Nem cheguei a prestar os exames.  Nunca toquei tão bem quanto a Marcia. Meu ouvido musical também nunca foi tão bom quanto o dela. Confesso que tinha inveja. #Prontofalei!

Confesso que ouvi pessoas falando que ela tocava melhor do que eu. Na época isso me magoou muito. Confesso que também ouvi pessoas comentando que eu não tocava muito bem, mesmo sem me comparar com ninguém. E isso me deixou chateada.

Mas como eu tenho senso crítico, no fundo eu também achava que não tocava tão bem assim. E a vida seguiu.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dezembros


Dezembro é mês de Natal, de férias escolares e de muitas lembranças.
Mês de calor infernal, de trânsito caótico, mas com uma brisa festiva, com cheiro de liberdade, de coisa nova.
Mês em que as pessoas estão mais ansiosas, mas também mais receptivas a compartilhar as esperanças do ano que está por vir. Décimo terceiro no bolso, lojas decoradas festivamente para o Natal e uma sensação boa de que todo mundo está na mesma vibe.
Lembro sempre com carinho dos meus Dezembros de estudante. Final de ano, dever cumprido, passar “raspando” depois de prova final. E depois…. férias, liberdade e muita praia regada a mate de barril e biscoito Globo!
Nos amigos, a mesma sensação de alegria, de poder contar com todos aqueles dias de sol para curtir despreocupados, e para completar ainda tinha o Natal e o Reveillon. Quanta festa! Quantas coisas a comemorar!
Já mais velha, mas ainda estudante, muita curtição nos barzinhos da vida, nas discotecas (pronto, entreguei a idade!), e muito bronzeado na pele. Muito nascer do sol nas pedras do Arpoador.
Sou carioca, por isso Dezembro para mim terá sempre o cheiro da brisa do mar, a sensação da brisa morna no rosto, o barulho das ondas.
Mesmo depois de começar a trabalhar, sem Dezembro, sem Natal e sem Ano Novo, a sensação permaneceu.
Ainda bem, pois essa sensação me ajudou a enfrentar os Dezembros dificeis que eu já passei. Sempre que eu me sentia triste, preocupada, revoltada, angustiada, procurava refúgio naqueles Dezembros felizes.
Isso me consolava e me dava a certeza de que outros viriam. A brisa do mar estaria lá, as pedras do Arpoador me esperariam no mesmo lugar, e a alegria e sensação de liberdade dos estudantes de agora me contagiariam e me fariam feliz.
Muitos dos que fizeram parte dos Dezembros felizes não estão mais aqui. Já não vou mais à praia, tenho outras obrigações.  Já não estudo. Agora mato um leão por dia.
Mas é Dezembro. E apesar de nostálgica, eu estou feliz!


quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Esperando

Estou esperando uma notícia boa. Há muito tempo eu preciso de uma. Mas não estou de braços cruzados só esperando! Já coloquei a roda para girar.

Não sei se é a minha ansiedade, mas está demorando tanto! Nesse meio tempo fiquei doente e ainda estou me tratando. Tivemos alguns percalços na vida, mas estamos na luta.

Sem querer barganhar com Deus, mas já barganhando, acho que já tive minha cota de puxadas de tapete nessa encarnação. Já provei que posso me reconstruir dos escombros, apesar das cicatrizes que volta e meia se fazem sensíveis. Por que tanta prova de resistência?

Agora nessa etapa da minha vida o que eu quero é voltar para de onde eu vim. Quero ir para casa. Me sinto um peixe fora d'água. Quero retomar meu caminho de onde parti. De onde eu fui feliz. Será que é pedir muito?

Estou esperando uma boa notícia. Daquelas de fazer o coração explodir de tanta felicidade! De fazer os olhos brilharem, das pessoas notarem. Quando ela vai chegar? Esse ano ainda? Ou só no próximo? Espero que ela venha e que seja logo, que seja breve para aquecer meu coração.